Era uma vez um belo país na Europa do Sul, banhado pelo Atlântico. Nesse país morava um Rei, uma Rainha e dois Príncipes. Um dia dois destemidos homens esperaram que o coche real passasse em determinado local e dispararam uma saraivada de tiros. O Rei e o Príncipe herdeiro morreram ali mesmo e o reino de Portugal passou a república portuguesa dois anos depois. E assim todos viveram felizes para sempre...
A ultima bandeira de Portugal antes da alteração dos símbolos nacionais |
Esta é a história que, mais ou menos, aprendemos na escola. A implantação da república foi fruto de um golpe de estado em 1910. Na realidade pouco se menciona sobre o regicídio no ano de 1908 e o modo como o Rei D. Carlos e o Príncipe Luís Filipe foram chacinados por Alfredo Costa e Manuel Buiça. A Rainha, D. Amélia de Orleães viu portanto o seu marido e filho mais velho sucumbirem enquanto o mais novo, D. Manuel II, pouco mais pode fazer do que tentar estancar, em vão, a ferida mortal do seu irmão que havia recebido um tiro no rosto. Pouco se fala sobre o que aconteceu à família real depois do fim da monarquia nem tampouco como Maria Pia de Saboia - mãe de D. Carlos - viveu o resto dos seus dias em tormento com a tragédia de 1908. Viveram no exílio enquanto a república se construia.
Esta história é paralela a outra que não se menciona sequer nos livros de História. Alias não se menciona praticamente nada sobre a Maçonaria em livros de História nas escolas. Quem na escola primária e secundária ouviu falar de maçons? De sociedades secretas? Ninguém.
Talvez por isso mereçam a anedota do Joãozinho que com um amigo tentavam espiar um ritual maçónico. Joãozinho trepou um muro e o amigo perguntava - E então o que vês? Olha só... O gajo está com uma venda nos olhos e com as calças arregaçadas numa perna. Um gordo está a apontar-lhe uma espada ao pescoço! - Eh! A sério? Diz o amigo. Nisto o Joãozinho desequilibra-se, cai para dentro do muro e o amigo foge. Horas depois encontra Joãozinho muito bem vestido e com uma cara muito grave. - E então, conta, conta, o que viste? Responde o Joãozinho. - Não posso, é segredo.
A verdade é que essa Ordem Iniciática (como eles se intitulam) que não é secreta mas tem segredos (como disse um maçon qualquer) teve e tem intervenção em inúmeros acontecimentos na História mundial. Alegadamente descendentes dos Templários depois da purga encetada por Filipe o Belo de França e do assassinato do seu Grão-mestre Jacques de Molay - numa Sexta-Feira 13 - vão para a clandestinidade emergindo na Escócia onde fundam um dos ritos da Maçonaria moderna. Portugal não foi excepção e a sua influência na História de Portugal está sempre presente. Nas duas ultimas décadas do século XIX sucederam-se atentados e tentativas frustradas de Golpe de Estado onde uma associação secreta denominada de Carbonária teve papel preponderante. Tida por uns como braço armado da Maçonaria (Grande Oriente de Portugal) e por outros como uma associação de rebeldes revolucionários, pouco instruídos nalguns casos, e com pouca ou mesmo nenhuma ligação aos maçons.
Bandeira da Carbonária: Imagem picada do blogue: http://classepolitica.blogspot.de/2010/10/bandeira-da-carbonaria-braco-armado-da.html |
Buiça e Costa ainda tidos por alguns republicanos de ala dura como heróis são venerados e mesmo merecedores de romagens ao cemitério por alturas do 10 de Junho. Curiosamente a bandeira usada pelos carbonarios tem grandes semelhanças com a bandeira actual que substituiu, sem consulta pública, a bandeira histórica e antiga com as cores azul e branca.
Manuel de Arriaga o primeiro presidente da república portuguesa era maçon tal como a maior parte dos presidentes da república portugueses. |
D. Duarte Nuno, o Rei de Portugal, que não é verdadeiramente Rei mas podia ser aborda amiúde a questão das cores da bandeira que, na opinião de alguns monárquicos, simboliza não só o vermelho do sangue derramado e o verde da esperança mas sim o projecto de uma união ibérica na qual porventura serão os maçons portugueses e espanhóis a governarem a península ibérica.
“há muita gente com influência em Portugal que, desde 1910, apostou na extinção de Portugal como país (...) Este
foi um dos grandes projectos dos revolucionários do 05 de Outubro. E a
bandeira verde e vermelha representa precisamente essa união ibérica que
julga que ao arruinar Portugal está a provar que o país não é viável”,
O ideal de um mundo igualitário onde as fronteiras, o sentido de pertença não a uma nação mas a um todo, onde não haja um poder local mas sim central tem vindo a ser construido desde o final da II Grande Guerra. Da Comunidade do Carvão e do Aço à CEE, passando a UE, o projecto de uma união entre o Canadá, EUA e México, União Africana e também a criação do Estado de Israel são terreno fértil para teorias da conspiração que nos falam de lobbies judaicos de cariz sionista que controlam desde tempos imemoriais as economias das nações livres.
Adolph Hitler em 1940 aborda a influência da Maçonaria num dos seus discursos inflamados.
Terá a Maçonaria uma agenda a cumprir? Portugal é um país governado por maçons? A questão fica no ar e por uma questão de tranquilidade podemos varrer para debaixo do tapete das teorias da conspiração.
Portugal will be not completed till you are not together with your other Portuguese brothers of Galiza.
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